Os indígenas Gavião, falantes da língua Timbira, da família linguística Jê, vivem nos estados do Maranhão e Pará. No Pará são conhecidos como Gavião do oeste, e sua população, com mais de mil habitantes, vive na Terra Indígena (TI) Mãe Maria. No Maranhão, são mais de 1.100 indígenas que vivem na TI Governador.

 

Até o início do século XX, os Gavião do Pará, denominados Parkatejê, viviam em grandes aldeias ao longo do rio Tocantins. A expansão do extrativismo vegetal na região, a partir da década de 1920, resultou em graves conflitos entre coletores de castanha-do-pará e os indígenas. Como consequência, os Gavião sofreram a perda de seus territórios tradicionais, a depopulação e a cisão do grupo, que ficou dividido em: Parkatejê, Kyikatêjê e Akrâtikatêjê.

 

No início da década de 1960 os agentes do Serviço de Proteção ao Índio  passaram a incentivar os Gavião a coletar castanhas em troca de facões, machados, munições e gêneros alimentícios. O grupo, que vivia próximo à cidade de Itupiranga (PA), começou a explorar a castanha e comercializá-la diretamente com a prefeitura da cidade.

 

Entre o final de 1962 e início de 1963, Vladimir Kozák visitou os Gavião Parkatejê de Itupiranga.  Tratava-se de um pequeno acampamento temporário onde alguns indígenas estavam coletando castanha-do-pará. Kozák também registrou em filme, fotografias e desenhos os homens Gavião com seus adornos, pinturas corporais, arcos, flechas e instrumentos musicais.